O estrabismo pode ser uma preocupação persistente e que afeta profundamente a autoestima. Enquanto a correção através de óculos e lentes de contacto costumam ser soluções comuns, a cirurgia de correção do estrabismo pode ser uma opção mais eficaz.
Neste artigo, vamos explorar detalhadamente o que esperar da cirurgia de correção, fatores de elegibilidade e cuidados a ter após o procedimento.
O que é o estrabismo?
O estrabismo é uma condição ocular caracterizada pelo desalinhamento dos olhos. Pode ser classificado em vários tipos, incluindo estrabismo convergente (olhos virados para dentro), estrabismo divergente (olhos virados para fora) e estrabismo vertical (um olho mais alto que o outro).
As causas são diversas, sendo que os antecedentes familiares são um elemento de peso no diagnóstico, particularmente em crianças com hipermetropia ou ambliopia – cuja consequência é o desvio do olho.
Em adultos, é mais raro surgir um diagnóstico tardio de estrabismo, estando comumente associado a doenças como acidentes vasculares cerebrais ou paralisias, diabetes ou traumatismos.
Como funciona a cirurgia de correção do estrabismo?
A cirurgia de correção do estrabismo é projetada para realinhar os olhos, restaurando uma visão binocular adequada. No entanto, e porque muitas vezes esta intervenção é confundida com as cirurgias a laser, é fundamental reforçar que este procedimento é, essencialmente estético e que só pode avançar quando o diagnóstico causador do estrabismo estiver corrigido.
É necessário, por isso, identificar a causa do estrabismo. Se se tratar de um erro refrativo ou ambliopia, é necessário que seja corrigido ou tratado antes de avançar. Já no caso de estrabismo adquirido por uma doença, a cirurgia de correção só deve ser considerada após intervenção médica por períodos que podem chegar ou exceder os 6 meses. Este passo é fundamental para determinar o sucesso e a satisfação da cirurgia de correção.
A técnica cirúrgica selecionada para realinhar os olhos irá sempre depender de caso para caso e do tipo de estrabismo e causa.
A cirurgia é realizada com anestesia e tem a duração média de duas horas, envolvendo pequenas incisões e ajustes nos músculos oculares para realinhar o olho.
Todo o procedimento é indolor e sem qualquer impacto inestético. Pode ser realizado em ambos os olhos ou apenas num – conforme a avaliação do oftalmologista.Parte superior do formulário
Pode fazer a cirurgia de correção do estrabismo?
Apenas o/a Oftalmologista poderá determinar se reúne todas as condições para realizar a cirurgia de correção do estrabismo.
Em consulta de oftalmologia, o/a paciente é submetido/a a uma avaliação rigorosa para determinar a estabilidade da condição ocular, a saúde ocular em geral e o despiste de eventuais fatores de risco para complicações pós-cirúrgicas.
Quais são os riscos e complicações da cirurgia de correção do estrabismo?
Como em qualquer procedimento cirúrgico, a correção do estrabismo não está isenta de riscos e complicações.
6 Fatores de risco da cirurgia de correção do estrabismo:
- Infeções oculares;
- Lesões oculares, como a perfuração do globo ocular;
- Edema da conjuntiva;
- Visão dupla;
- Hemorragia ocular;
- Perda de visão.
Um dos riscos poderá estar também relacionado com o insucesso parcial da correção, deixando o paciente ainda com um desvio ocular residual. São riscos raros e suportados por um procedimento seguro, mas que não carecem da importância da compreensão dos riscos e da importância de realizar o procedimento com um cirurgião experiente.
Quais são os cuidados a ter após a cirurgia de correção do estrabismo?
Os cuidados pós-cirúrgicos são fundamentais e determinantes para grande parte do sucesso e recuperação após o procedimento. Imediatamente após a intervenção, é comum sentir desconforto ocular e vermelhidão nos olhos. Dependendo do grau de desconforto, poderá ser prescrita medicação pelo/a oftalmologista, mas estima-se que a inflamação dure entre 7 dias e 3 semanas.
O repouso ocular é fundamental, bem como outros cuidados específicos.
7 Cuidados a ter após a cirurgia de correção do estrabismo:
- Não esfregar nem tocar no(s) olho(s);
- Utilizar colírios prescritos pelo/a Oftalmologista para evitar o desenvolvimento de infeções e inflamações;
- Evitar deitar-se para o lado do olho operado, pelo menos, na primeira semana;
- Evitar conduzir, trabalhar, ler ou realizar outras atividades que exijam esforço ocular nos primeiros 2 a 7 dias após a operação;
- Evitar o contacto com a água do mar, rio, lago ou piscina durante cerca de um mês;
- Evitar esforços físicos e atividades de alto impacto nas primeiras 4 semanas;
- Evitar o uso de maquilhagem e lentes de contacto no primeiro mês;
- O uso de óculos de sol é recomendado para colmatar a sensibilidade à luz nos primeiros dias.
A cirurgia de correção do estrabismo é definitiva?
Em geral, a cirurgia tem uma taxa de sucesso segura e completa, corrigindo a condição ocular. No entanto, as próprias variações fisiológicas dos olhos de cada paciente influenciam (ou condicionam) a correção total em alguns casos.
Ainda assim, a cirurgia oferece uma melhoria estética significativa e, consequentemente, da autoestima. Resolve também, em muitos casos, a sensação de visão dupla – muito reportada em vários pacientes com estrabismo.
Embora com uma taxa de sucesso (na intervenção e estética) significativa, é importante observar que não há garantias de que a correção do estrabismo seja definitiva. Em alguns casos, o olho corre o risco de voltar a desviar, sendo necessária uma nova intervenção – caso se justifique. Nestes casos, com ou sem nova intervenção, é fundamental estudar a causa do ressurgimento do estrabismo e descartar possíveis causas neurológicas.
A cirurgia de correção do estrabismo, embora não seja uma solução de primeira linha, pode ser valiosa e com impacto significativo na qualidade de vida e melhoria da autoestima.
Para saber mais sobre esta opção ou para determinar a sua elegibilidade, agende uma consulta com os nossos especialistas em oftalmologia.