A hipertensão ocular afeta cerca de 7% da população portuguesa acima dos 40 anos e é considerada uma condição silenciosa, difícil de detetar por conta própria.

Por estar, geralmente, associada a outras doenças oculares, é importante estar atento e vigiar regularmente a saúde da sua visão para que possa diagnosticar atempadamente qualquer indício de hipertensão ocular.

Mas o que é a hipertensão ocular, quais são os fatores de risco e como podemos estar atentos a uma doença que não se vê? Iremos explorar estas e outras questões ao longo deste artigo.

O que é a hipertensão ocular?

A hipertensão ocular é uma condição que ocorre quando pressão dentro do olho – conhecida como pressão intraocular – é superior ao normal (acima dos 21 mmHg).

Os nossos olhos produzem um fluido aquoso que circula no interior da região frontal e que, em circunstâncias normais, é devidamente drenado para fora do olho. Este processo é fundamental para que possamos manter a pressão ocular estável e saudável.

No entanto, quando existe uma incapacidade do olho em drenar esse fluido, o líquido acumula-se, aumentando a pressão intraocular.

 

Quais são as causas de hipertensão ocular?

A causa exata para a hipertensão ocular ainda é desconhecida, no entanto, existem alguns fatores de risco que podem contribuir para o seu desenvolvimento.

 

8 Fatores de risco para a hipertensão ocular:

  1. Pacientes do sexo feminino;
  2. Idade superior a 40 anos;
  3. Antecedentes familiares;
  4. Condições médicas subjacentes (como diabetes ou obesidade, por exemplo);
  5. Traumatismo ocular ou craniano;
  6. Determinadas tipologias de fármacos;
  7. Hábitos tabágicos;
  8. Consumo excessivo de álcool.

 

Qual é a diferença entre hipertensão ocular e glaucoma?

Embora pessoas com diagnóstico de hipertensão ocular tenham risco acrescido de vir a ter glaucoma, estas duas condições oculares não são a mesma coisa.

A hipertensão ocular não tem, necessariamente, comprometimento do nervo ótico, não existindo quaisquer sinais de perda de visão.

Já o glaucoma é uma doença em que a pressão intraocular elevada danifica o nervo ótico, causando a perda de visão.

É compreensível que exista uma associação praticamente imediata entre hipertensão ocular e glaucoma, pelo que é fundamental fazer exames oftalmológicos regulares para despiste ou controlo do diagnóstico.

 

Quais são os sintomas de hipertensão ocular?

 Na maioria dos casos não existem sintomas de hipertensão ocular percetíveis de detetar por conta própria – razão pela qual é tantas vezes descrita como uma condição silenciosa.

Alguns casos descrevem sinais de alteração da visão, como imagens desfocadas ou ver halos em torno de luzes, mas a maioria dos pacientes não se apercebe de que tem hipertensão ocular.

O diagnóstico é realizado em consulta de oftalmologia, onde, através de um tonómetro, a pressão intraocular é medida. Geralmente, este exame é complementado com um despiste para glaucoma, examinando o nervo ótico em busca de quaisquer sinais de dano. Poderá ser avaliada também a qualidade da visão periférica.

Quanto mais cedo a hipertensão ocular for detetada através de rastreios regulares, melhores serão as hipóteses de prevenir e/ou atenuar a ocorrência de outras complicações.

 

Existe tratamento para a hipertensão ocular?

Uma vez diagnosticada a hipertensão ocular, é essencial garantir a estabilização da pressão antes que provoque danos no nervo ótico.

Em casos em que a pressão intraocular está apenas ligeiramente elevada, o oftalmologista poderá sugerir uma otimização dos hábitos de vida, tais como cessação tabágica, alimentação saudável ou a interrupção do consumo de álcool. A par destas alterações do estilo de vida, fará uma monitorização regular da pressão.

Em outros casos, poderá ser necessária a intervenção farmacológica para garantir que a pressão intraocular desce. Este tratamento é também acompanhado de uma monitorização da pressão.

 

É possível prevenir a hipertensão ocular?

Não existindo uma causa concreta para a hipertensão ocular, não é possível prevenir. No entanto, manter um estilo de vida saudável e um plano de consultas de rotina regular com o seu oftalmologista irá permitir a vigilância da qualidade da visão e obter um diagnóstico atempado.

Caso tenha outras dúvidas ou questões particulares que gostasse de esclarecer acerca da hipertensão ocular, marque uma consulta com o nosso corpo clínico de Oftalmologistas ao dispor para o/a ajudar.