O glaucoma é um inimigo silencioso da visão, avançando, muitas vezes, sem sintomas evidentes e causando danos permanentes antes mesmo de ser diagnosticado. Pela sua natureza insidiosa, torna-se numa das principais causas de cegueira no mundo.

 

O diagnóstico atempado pode fazer a diferença, mas compreender as suas diferentes categorias é crucial para reconhecer os sinais precoces, considerar os fatores de risco e adequar o respetivo tratamento.

 

O glaucoma pode ser classificado em quatro categorias principais e é sobre elas que iremos explorar, neste artigo.

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O que é o glaucoma?

O glaucoma é uma doença oftálmica que resulta na lesão do nervo ótico, levando a uma perda progressiva da visão ao longo do tempo.

Por ser, na maioria das vezes, assintomático, é essencial manter a vigilância e agendar consultas de oftalmologia regulares, principalmente a partir dos 35 anos, quando a incidência do glaucoma aumenta.

Um diagnóstico precoce pode fazer toda a diferença na eficácia do tratamento.

 

Saiba mais sobre o glaucoma

 

 

Que tipos de glaucoma existem?

O glaucoma pode ser classificado em quatro categorias: glaucoma de ângulo aberto, glaucoma de ângulo fechado, glaucoma secundário e glaucoma congénito. Vamos explorar cada uma das categorias.

 

Glaucoma de ângulo aberto

O glaucoma de ângulo aberto é a forma mais comum desta doença ocular e ocorre quando o sistema de drenagem do fluido ocular se torna menos eficaz, causando um aumento da pressão intraocular que, por sua vez, danifica o nervo ótico.

Embora as causas permaneçam relativamente incertas, a genética, o envelhecimento e a pressão ocular elevada estão associados ao seu desenvolvimento.

 

4 sintomas do glaucoma de ângulo aberto:

  1. Visão periférica embaçada;
  2. Visão turva;
  3. Halos em tornos de luzes;
  4. Desconforto ocular.

É importante relembrar que, nos estágios iniciais, o glaucoma de ângulo aberto pode não manifestar sinais. Porem, à medida que vai evoluindo, estes são os sintomas mais comuns e que devem ser avaliados por um oftalmologista.

 

Existe tratamento para o glaucoma de ângulo aberto?

O tratamento, geralmente, recorre a medicamentos para reduzir a pressão ocular e, em alguns casos, poderá ser possível retificar com recurso a cirurgia a laser.

 

Glaucoma de ângulo fechado

No glaucoma de ângulo fechado, o ângulo de drenagem ocular fecha-se repentinamente, levando a um aumento súbito da tensão no interior do olho.

Pode ser desencadeado por fatores como dilatação da pupila (por causa farmacológica), lesões oculares ou predisposição genética.

Pela sua característica quase imprevisível, é também o tipo de glaucoma que provoca mais crises súbitas e dores agudas, geralmente, num dos olhos.

 

3 sintomas do glaucoma de ângulo fechado:

  1. Dor ocular intensa;
  2. Visão embaçadas;
  3. Náuseas e vómitos.

 

Existe tratamento para o glaucoma de ângulo fechado?

No glaucoma de ângulo fechado, trata-se de uma emergência médica que requer intervenção imediata para aliviar a pressão ocular. Uma vez estabilizada a pressão, é, geralmente, recomendada a intervenção cirúrgica a laser para criar vias de drenagem alternativas.

 

Glaucoma secundário

Ao contrário das classificações primárias do glaucoma (de ângulo aberto ou fechado), que são mais comuns, o glaucoma secundário surge como resultado de outras condições oculares ou situações médicas subjacentes.

Neste caso, o aumento da pressão intraocular resulta de fatores externos como um trauma ocular, inflamação, doenças sistémicas ou o uso de certos medicamentos, como corticosteroides, por exemplo.

 

Quais são os sintomas do glaucoma secundário?

Os sintomas do glaucoma secundário podem ser muito semelhantes aos de outros tipos de glaucoma. É comum os pacientes queixarem-se de visão turva, dores oculares, náuseas e vómitos.

No entanto, é importante relembrar, uma vez mais, que o glaucoma é frequentemente assintomático nas suas fases iniciais, tornando as consultas de oftalmologia regulares ainda mais críticas.

 

Existe tratamento para o glaucoma secundário?

O tratamento do glaucoma secundário depende da causa subjacente da condição que o espoletou. Pode envolver o tratamento da inflamação, cirurgia de correção dos traumas ou gestão de outras condições médicas diagnosticadas.

No entanto, independentemente da causa, o controlo da pressão ocular é essencial para preservar a visão. Os pacientes com risco de glaucoma secundário devem estar sob acompanhamento próximo de um oftalmologista e seguir as suas recomendações de prevenção ou tratamento.

 

Glaucoma congénito

Esta é uma das formas mais raras, mas também mais graves, de glaucoma, ocorrendo em recém-nascidos ou bebés. Ao contrário das restantes classificações, esta condição é muitas vezes detetada nos primeiros meses de vida e requer tratamento imediato para evitar danos irreparáveis na visão.

Existem várias causas possíveis do glaucoma congénito, mas a predisposição genética desempenha um papel determinante. No entanto, pode ser desenvolvida devido a anomalias no desenvolvimento do sistema de drenagem do fluido ocular no feto ou resultante de uma condição subjacente, como uma infeção ou lesão ocular.

 

5 sintomas do glaucoma congénito

  1. Olhos constantemente lacrimejantes – apesar de o bebé não estar a chorar;
  2. Sensibilidade à luz;
  3. Córneas nubladas ou opacas;
  4. Aumento do tamanho dos olhos – podem parecer maiores do que o normal;
  5. Visão turva ou perda de visão.

Identificar o glaucoma congénito em bebés é desafiante – principalmente o último sintoma da lista – uma vez que não existe comunicação verbal. A avaliação especializada de um oftalmologista com equipamento rigoroso e adequado faz a diferença na deteção precoce de qualquer anomalia.

 

Existe tratamento para o glaucoma congénito?

O tratamento do glaucoma congénito é, geralmente, cirúrgico e destina-se a melhorar a drenagem do fluido ocular. A intervenção precoce é fundamental para minimizar danos na visão e otimizar os resultados, sendo, normalmente, personalizada para o bebé.

A cirurgia pode envolver a remoção de obstáculos à drenagem, a criação de novos canais de drenagem ou outras técnicas.

 

Compreender as diferentes categorias de glaucoma é fundamental para uma deteção precoce e um tratamento individualizado.

 

O nosso corpo clínico de oftalmologistas está ao dispor para ajudar em outras dúvidas ou questões particulares sobre o glaucoma que necessite esclarecer. Conte connosco.